VIVER TAVIRA ou VIVER EM TAVIRA

Parece ter caído muito bem esse slogan «Viver Tavira». De facto, viver Tavira pode chegar a ser extremamente interessante, pode até ser uma experiência inesquecível, tendo em conta a amabilidade natural das suas gentes, a sua gastronomia, a sua estrutura arquitectónica, o seu núcleo museológico, o seu interesse histórico e religioso e o cosmopolitismo do seu turismo.

Mas coisa distinta é viver em Tavira. Viver em Tavira pode chegar a ser – e é muitas vezes – desesperante e deprimente, tal a falta de oportunidades e perspectivas de desenvolvimento.

Os jovens desesperam com a não existência de ensino técnico/profissional e universitário, desesperam pela falta de emprego, designadamente qualificado, desesperam com a falta de apoios de toda a ordem, do desporto à habitação e desesperam, sobretudo, por não verem implementada uma política que responda definitivamente aos seus anseios e ambições.

Os menos jovens deprimem-se com a queda crescente da sua qualidade de vida, com a perda de emprego, com a inevitabilidade da falência dos seus pequenos negócios, com o constante aumento do custo de produtos e bens, deprimem-se por nada – ou muito pouco - poderem fazer para alterar o actual estado das coisas e deprimem-se por verem chegar o seu ciclo de vida ao final sem terem podido cumprir as metas que estabeleceram para si e para os seus.

Uns e outros desesperam e deprimem-se por já não acreditarem nos benefícios públicos do exercício político.

E isto sim é deprimente!